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Diário de Santa Maria – Cinco cidades da Região Central já registram mais mortes que nascimentos em abril
19 DE ABRIL DE 2021
A alta taxa de mortalidade agravada pelo avanço da Covid-19 tem feito a curva de mortes alcançar, e até superar a de nascimentos no mês de abril. Santa Maria e outras grandes cidades da Região Central também seguem a tendência verificada em diversos municípios do Rio Grande do Sul. Até sexta-feira, os cartórios haviam lançado no sistema 63 nascimentos no mês de abril em Santa Maria, enquanto 65 pessoas morreram por diferentes causas (inclusive por consequência do coronavírus). São Gabriel, Rosário do Sul, Santiago e Caçapava do Sul também registraram mais mortes que nascimentos nestes primeiros dias de abril. As informações são do Portal de Transparência do Registro Civil do Brasil. Os dados são referentes a todas as mortes e suas diferentes causas. Ainda, os números podem sofrer alterações, já que há um prazo de 10 a 12 dias para que sejam registrados nos cartórios e colocados no sistema.
Março de 2021 – o mês mais mortal da pandemia – já mostrava a tendência confirmada em abril. Foram 316 mortes registradas e 318 nascimentos no mês passado. A disparada nos óbitos pode ser percebida ainda mais quando são comparados os dados do mesmo mês do ano passado. Em março de 2020, o número de nascimentos ficou na mesma média deste ano, com 320. Já o de mortes é muito inferior: 181 mortes.
Conforme os boletins epidemiológicos, somente no mês de março, 153 pessoas perderam a vida em decorrência da Covid no município. Caso as mortes por coronavírus não tivessem ocorrido, os números de óbitos ficariam em 163 – menor do que os nascimentos. Considerando os dados do portal e dos boletins, 48% do total de óbitos em Santa Maria foram por Covid-19.
RIO GRANDE DO SUL
O mês de março no Estado foi de mais mortes do que nascimentos. Conforme o portal do Registro Civil, foram 11.971 certidões de nascimento. Já as certidões de óbitos chegaram a 15.802. Em 2020, foram 9.843 nascimentos e 6.677 óbitos.
DADOS HISTÓRICOS
O presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann, não recorda de nos últimos 20 anos o número de óbitos superar o de nascimentos. Segundo ele, os nascimentos sempre foram muito superiores, inclusive sendo muitas vezes o dobro do número de mortos.
Para Birmann, dois fatores foram fundamentais para que os dados chegassem a esses patamares: o planejamento familiar de ter filhos foi adiado devido à insegurança econômica e de saúde, e, também, o alto índice de mortes diárias ocasionados pela pandemia de coronavírus:
_ Este é um fato inédito pelo menos nas últimas duas décadas, em que os óbitos superaram os nascimentos. Acredito que o planejamento familiar e o avanço da pandemia, e, consequentemente, do número de mortes, contribuíram para estes dados.
Os impactos do encontro das curvas de mortes e nascimentos no futuro ainda precisam ser avaliados, explica o chefe substituto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de Santa Maria, André Scheibe. Como esta é uma realidade eventual, ressalta, os reflexos podem ser momentâneos, mas dependem do prolongamento da pandemia:
Tem-se um reflexo a curto prazo, mas os impactos ainda são pontuais, precisam ser estudados e vão depender do quanto se estenderá a pandemia.
ABRIL DE 2021
Santa Maria
Nascimentos – 63
Mortes – 65
São Gabriel
Nascimentos – 14
Mortes – 21
Rosário do Sul
Nascimentos – 10
Mortes – 13
Santiago
Nascimentos – 9
Mortes – 19
Cruz Alta
Nascimentos – 17
Mortes – 10
Caçapava do Sul
Nascimentos – 9
Mortes – 11
SANTA MARIA 2021
Março
Nascimentos – 318
Mortes – 316
Fevereiro
Nascimentos – 265
Mortes – 222
Janeiro
Nascimentos – 286
Mortes – 243
SANTA MARIA 2020
Março
Nascimentos – 320
Mortes – 181
Fevereiro
Nascimentos – 356
Mortes – 145
Janeiro
Nascimentos – 340
Mortes – 204
(Fonte: Portal de Transparência do Registro Civil do Brasil)
Estimativa aponta mais de 500 mil mortes no país até julho
O mês de abril deve ser ainda pior do que março no número de mortes no país. É o que aponta projeção realizada nos Estados Unidos pelo Instituto de Métricas e Saúde (IHME), da Universidade de Washington, e divulgada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Nas projeções foram montados três cenários com base na mobilidade, uso de máscaras e vacinação.
No primeiro cenário, considerando que 90% da população use máscaras e que a oferta e o ritmo de vacinação sejam maiores que os atuais, a projeção é que até o dia primeiro de julho o Brasil tenha contabilizado 507,7 mil óbitos por Covid-19. No segundo cenário, que é o mais provável, o IHME estima que serão registrados 562,8 mil óbitos. E no terceiro cenário, o Instituto projeta a pior situação de registro de óbitos para o Brasil: 597,7 mil mortes.
Usando as projeções do IHME, os pesquisadores do Grupo de Dispersão de Poluentes e Engenharia Nuclear da UFPel (GDISPEN) estimam o número de óbitos para o Rio Grande do Sul. No cenário um, seriam 36.620 mortes no Estado. No cenário dois, o número de vidas perdidas para o coronavírus chegaria a 40.594. Já no terceiro cenário, as mortes seriam de 43.111.
Uma simulação feita no site do Observatório em Saúde da UFSM aponta que, com os dados disponíveis até sexta-feira em Santa Maria, a cidade teria um total de 487 óbitos até o final de abril. O número é 37 a mais que a quantidade de vítimas apontadas no boletim epidemiológico da prefeitura desde o começo da pandemia até hoje. Até o dia primeiro de julho, a projeção indica 716 óbitos na cidade.
Fonte: Diário de Santa Maria
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